domingo, 17 de junho de 2012

Brasil é o quinto em novo índice de sustentabilidade criado pela ONU

Um novo indicador lançado neste domingo (17) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) coloca o Brasil como a nação com o quinto maior crescimento sustentável anual per capita do mundo, à frente de potências como Estados Unidos e Canadá.
O indicador aplica informações referentes ao capital humano, natural e manufaturado de 20 países para mostrar um panorama mais amplo que o PIB (Produto Interno Bruto), que tem apenas um viés econômico.
Os primeiros lugares no novo índice ficaram, na ordem, com China, Alemanha, França e Chile.
País
Evolução anual do  IRI (% per capita)
China2,1
Alemanha1,8
França1,4
Chile1,2
Brasil0,9
Índia0,9
Japão0,9
Reino Unido0,9
Noruega0,7
EUA0,7
Canadá0,4
Equador0,4
Austrália0,1
Quênia0,1
Colômbia-0,1
África do Sul-0,1
Rússia-0,3
Venezuela-0,3
Arábia Saudita-1,1
Nigéria-1,8
Chamado de Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), o objetivo do indicador é incentivar a sustentabilidade dos governos e complementar o cálculo do PIB -- ou mesmo substituir os atuais medidores da economia.
Desenvolvido por especialistas da Universidade das Nações Unidas, a ferramenta reúne informações referentes à educação e expectativa de vida, os recursos florestais, além da produção industrial. Na prática, um país com IRI alto representa que ele é mais sustentável.

Recurso natural em baixa
No relatório, que analisou o período entre 1990 e 2008, a China aparece como o país mais sustentável do mundo, com um índice de 2,1. A Alemanha vem em seguida, com 1,8.

O Brasil teve o IRI de 0,9 no período, o quinto no ranking da ONU, se igualando a Japão e Reino Unido. Nos 19 anos medidos, o PIB brasileiro cresceu 34%, o capital humano aumentou 48% e o capital manufaturado, 8%. Já o capital natural seguiu na contramão, caindo 25%. A justificativa do relatório é que a queda foi causada pelo avanço no desmatamento das florestas e ao aumento das atividades agropecuárias.
No período analisado, por exemplo, a Amazônia perdeu 331.290 km² de cobertura vegetal devido ao desmatamento ilegal – uma área equivalente a mais de sete vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro.

De acordo com Pablo Munhoz, diretor cientifico do relatório, a proposta é uma recomendação do programa ambiental da ONU aos países que participam da Rio+20 e está relacionada “ao bem-estar (...) e nos dá ideia em relação ao crescimento a longo prazo”, disse.

“É importante medir os ativos, mas também é importante ver sua modificação ao longo do tempo”, explica.

Fonte: 
http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/brasil-perdeu-25-dos-recursos-naturais-segundo-novo-indice-da-onu.html

RIO+20-Novo índice mostra crescimento menor de grandes economias

RIO DE JANEIRO, 17 Jun (Reuters) - Alguns países com grandes economias mostram crescimento significativamente baixos quando os recursos naturais, como as florestas e a água, são contabilizados nos indicadores de crescimento, mostrou um índice neste domingo, poucos dias antes do início da conferência Rio +20, no Rio de Janeiro.
O Índice Inclusivo de Riqueza foi mostrado pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais Globais (UNU-IHDP, na sigla em inglês) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Cientistas e grupos ambientalistas estão pressionando os governos para que eles incluam o valor dos recursos naturais dos países - e o uso ou perda deles - nas futuras medições da atividade econômica, para mostrar suas reais perspectivas de crescimento futuras.
A ideia de um indicador expandido, conhecido como PIB+ e que inclui o PIB e o capital natural, estará na agenda do Rio +20, que ocorrerá de 20 a 22 de junho, quando ministros do Meio Ambiente e chefes de Estado de cerca de 200 países tentarão definir metas para o desenvolvimento sustentável.
O índice mostra a "riqueza inclusiva" de 20 nações, levando em consideração as manufaturas e capitais humanos e naturais - como florestas, pescas e combustíveis fósseis - em vez de se importar apenas com o PIB (Produto Interno Bruto) como indicador do crescimento.
Os países avaliados foram: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Índia, Japão, Quênia, Nigéria, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Venezuela. O prazo de avaliação foi de 1990 a 2008.
Juntas, essas nações foram responsáveis por quase três quartos do PIB global no período de 19 anos. O índice mostrou que 19 dos 20 países tiveram declínio do capital natural. Seis Estados também testemunharam queda na riqueza inclusiva geral, sendo classificados como insustentáveis, afirmou o Pnuma.
"A Rio +20 é uma oportunidade para pedir um tempo no PIB como medida de prosperidade no século 21, e como barômetro de uma transição para a economia inclusiva verde", afirmou o Subsecretário geral da ONU e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, em comunicado.
"Ele (PIB) é muito silencioso em grandes medidas de bem-estar humano, isto é, muitos assuntos sociais e o estado dos recursos naturais de uma nação", acrescentou.
O índice mostrou que embora China, EUA, Brasil e África do Sul tenham apresentado crescimento do PIB, seus recursos naturais foram significativamente exauridos.
Quando medidas apenas pelo PIB, as economias de China, EUA, Brasil e África do Sul cresceram 422 por cento, 37 por cento, 31 por cento e 24 por cento, respectivamente, entre 1990 e 2008. Quando a performance é avaliada da outra maneira, a economia chinesa cresceu 45 por cento, os EUA 13 por cento, o Brasil 18 por cento e a África do Sul teve queda econômica de 1 por cento, principalmente devido ao esgotamento dos recursos naturais, informaram o Pnuma e o UNU-IHDP em comunicado.
Seis nações - Rússia, Venezuela, Arábia Saudita, Colômbia, África do Sul e Nigéria - tiveram crescimento negativo na nova medição, mas positivo pelo PIB.

ONU lança na Rio+20 um novo índice que mede o PIB verde dos países


A ONU lançou neste domingo na conferência Rio+20 um novo índice mundial para medir a riqueza das nações, que soma o capital econômico, natural e humano, e mostra que a imensa maioria dos países vivem acima de seus meios ambientais.
O Índice de Enriquecimento Inclusivo (IWI por suas siglas em inglês) é uma espécie de PIB verde destinado a refletir melhor a riqueza real dos países e sua capacidade futura de crescimento, ao levar em consideração a disponibilidade de recursos naturais e educação de suas populações, entre outros fatores.
Por quanto tempo pode crescer um país se avançar apenas economicamente e perder seus recursos naturais, ou não investir o suficiente em sua sociedade?, perguntam seus criadores.
O novo indicador apresentado pela ONU atende ao objetivo número um da conferência sobre desenvolvimento sustentável: obter um acordo mundial para uma transição em direção a uma "economia verde" que preserve os recursos naturais e erradique a pobreza.
"A Rio+20 é uma oportunidade para abandonar o PIB como medida de prosperidade no século XXI", segundo o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.
A ONU apresentou um primeiro panorama nada animador do IWI mundial em 2012, para 20 países, que inclui as maiores economias emergentes e industrializadas e países em desenvolvimentos, durante um período que vai de 1990 a 2008.
Das 20 nações contempladas, 19 mostraram um forte esgotamento dos recursos naturais, sobretudo as potências emergentes e a maior economia do mundo, os Estados Unidos. Só o Japão se salvou, sendo o único que registrou avanços em seus recursos naturais.
No período estudado, o PIB do Brasil cresceu 34%, mas seu capital natural retrocedeu 25%.
A China, economia que mais cresce no mundo, avançou 422% em seu PIB, mas seu capital natural caiu 17%.
E os Estados Unidos, com um aumento de 37% do PIB nesses anos, viu cair em 20% o seu capital natural.
Levando-se em consideração os três aspectos --PIB, capital natural e humano-- dos 20 países contemplados no estudo, 14 registraram um índice de riqueza inclusivo per capita (IWI) positivo, embora só a China tenha crescido mais de 2%.
Chile, França e Alemanha registraram um crescimento inclusivo acima de 1% e o restante, Índia, Japão, Grã-Bretanha, Noruega, Estados Unidos, Canadá, Equador, Austrália e Quênia, apenas entre 0,1% e 1%.
Em seis países --Colômbia, Nigéria, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Venezuela-- o crescimento do IWI foi negativo, apesar de todos terem registrado crescimento econômico positivo.
A conferência Rio+20, que na próxima semana receberá cerca de 130 chefes de governo e de Estado do mundo, busca alcançar um pacto mundial para resolver os principais problemas do planeta, cujos recursos naturais estão gravemente ameaçados.