terça-feira, 29 de novembro de 2011

DOAÇÕES COM DEDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA ATÉ 30/12

COMO?
Através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que existe em Porto Alegre desde 1991 pela Lei Municipal nº 6.787.

Para utilizar o Imposto de Renda devido, via Funcriança, você precisa preencher o DAD - Documento de Arrecadação de Doações, pode ser EMITIDO em qualquer computador, seguindo os passos do site do Funcriança.

Acesse:
http://funcriancapoa.procempa.com.br/dadweb/projetoLista.seam


O FUNCRIANÇA existe em Porto Alegre desde 1991, a partir da implantação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), pela Lei Municipal nº 6.787, Título V, revogada pela Lei 628/09. Tem por objetivo financiar programas e projetos de promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

O FUNCRIANÇA é de responsabilidade da SECRETARIA MUNICIPAL DE COORDENAÇÃO POLÍTICA E GOVERNANÇA LOCAL (SMCPGL) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, mantendo a gestão financeira de um conjunto de recursos alocados à sua responsabilidade para cumprimento da política de atendimento da Criança e do Adolescente, mediante a execução de programas a eles diretamente relacionados, sendo sua aplicação vinculada às Resoluções do CMDCA.


A aplicação dos recursos do Fundo é fiscalizada pelo Conselho, pela Auditoria-Geral do Município e pelo Tribunal de Contas do Estado. TODA VERBA DESTINADA AO FUNCRIANÇA É INTEGRALMENTE INVESTIDA NAS ENTIDADES CADASTRADAS (468 EM DEZEMBRO/2010), A PARTIR DA APROVAÇÃO DE PROJETOS ENCAMINHADOS PELAS MESMAS AO CONSELHO.

Hospital da Restinga: fim do ano chega com conquistas e novidades

Hospital da Restinga: fim do ano chega com conquistas e novidades

Avanços revelam que o sonho coletivo do hospital da Tinga ganha forma a cada dia e já está transformando a vida de muitas pessoas


Hospital da Restinga: fim do ano chega com conquistas e novidades Carlos Macedo/Especial
Paredes já comecaram a ser erguidas no Hospital da RestingaFoto: Carlos Macedo / Especial
O final do mês de novembro trouxe diversas novidades dentro do Projeto Social Restinga e Extremo Sul, desenvolvido pela Associação Hospitalar Moinhos de Vento, em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e o Ministério da Saúde. Ontem, atividades como a inauguração de uma nova unidade de saúde na região e a conclusão de um curso de cuidadores oferecido à comunidade mostram que o projeto vai muito além da construção do hospital, que está com a obra em ritmo acelerado.
Chapéu do Sol ganha unidade de saúde
Uma cerimônia com a presença do prefeito José Fortunati e autoridades, representantes do Moinhos de Vento e da comunidade marcou a inauguração da Unidade de Saúde da Família Chapéu do Sol. Duas equipes de saúde da família e uma de saúde bucal vão atender cerca de 6 mil pessoas que antes precisavam percorrer 4km até o posto mais próximo. Foram investidos R$ 530 mil na construção de 248m², que conta com 20 funcionários. O superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, João Polanczyk, salientou o compromisso da entidade com as comunidades atendidas.
- Foi a comunidade que conquistou esse posto de saúde. Estou me sentindo realizada - comenta a líder comunitária Geny Pinto Machado, 78 anos.
Atendimento de saúde bucal
Na companhia do filho João Vitor, seis anos, a aposentada Ilaine Padilha, 47 anos, ficou encantada com as dependências da unidade. Agora, ela poderá contar com um espaço perto de casa para atender toda a família, inclusive na área de saúde bucal, que é uma preocupação do pequeno.
- Expliquei que agora tem o posto e ele vai aprender a cuidar melhor dos dentinhos. Isso é muito bom - ressalta.
Obra avança a passos largos
Uma das partes mais importantes do projeto, a construção do hospital segue em ritmo acelerado. No último mês, o que mais avançou foi a parte de concreto, e já é possível ver mais lajes em destaque no terreno.
- Concluímos cerca de 20% do total de serviços civis (estrutura, alvenaria e acabamento), que são responsabilidade da MPD - explica o engenheiro da construtora responsável pela obra, André Bezerra.
Também começaram a ser erguidas as primeiras paredes externas, e alguns muros já receberam impermeabilização. Outro destaque foi a chegada das primeiras mudas do viveiro, que servirão para o projeto paisagístico e para a cobertura vegetal do prédio. É possível perceber também as obras de melhoria nas vias próximas, preparando o acesso para quando o hospital estiver concluído.
Cursos para a comunidade
Outro aspecto fundamental do projeto é a oferta de qualificação na área da saúde. Ontem à tarde, 18 alunos da terceira turma do curso de cuidadores concluíram a sua formação, realizada no Pronto Atendimento da Restinga, também administrado pelo Moinhos de Vento.
A assistente social do Pronto Atendimento, Fátima Paz, explica que foram abordados, entre outros assuntos, cuidados básicos de enfermagem, odontologia, fisioterapia e farmácia.
- As pessoas precisam desse suporte, dessa qualificação - destaca.
Uma das mais empolgadas com a entrega dos certificados era Rosangela Fernandes Paz, 43 anos. Ela diz que o curso já a está ajudando a cuidar melhor da sogra de 83 anos e da mãe, de 67 anos, que teve um AVC. E planeja o futuro:
- Pretendo levar adiante, ainda mais quando abrir o hospital. O curso foi uma experiência muito boa, gostei muito.

Inscrições abertas para a Conferência Internacional do Voluntariado 2011 +10 = 2011 – A Década do Voluntariado

Brasília, 17 de outubro de 2011 – Estão abertas as inscrições para a Conferência Internacional do Voluntariado 2011 +10 = A Década do Voluntariado, que acontece entre os dias 15 e 17 de dezembro em São Paulo – Brasil. Durante o evento, profissionais, lideranças, voluntários e redes de voluntariado da América Latina poderão dialogar com a ONU Brasil, governo, instituições especializadas e sociedade civil sobre os principais temas relacionados ao voluntariado.

O evento tem um caráter especial, pois marca a celebração do décimo aniversário do Ano Internacional dos Voluntários instituído pela ONU e consolida um conjunto de ações de iniciativa da Rede Brasil Voluntário – RBV e do programa de Voluntários das Nações Unidas – UNV Brasil.

O objetivo da Conferência é promover um espaço para o avanço dos diálogos sobre o voluntariado, envolvendo distintos temas como políticas públicas, saúde, humanização, comunicação, desenvolvimento local, entre outros relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e à gestão.

Outros destaques do evento serão as apresentações de duas pesquisas exclusivas, que abordam qualitativa e quantitativamente o cenário do voluntariado em nível global e no Brasil e ainda a realização, no dia 17, do Encontro das Redes Latino Americanas de Voluntariado, ocasião em que se validará uma agenda comum para integração e intercâmbio de iniciativas.

De acordo com a coordenadora nacional do AIV+10 – Brasil, Cibelly Almeida “a conferência Internacional do Voluntariado representará uma ocasião muito especial do décimo aniversário do Ano Internacional dos Voluntários no Brasil, uma vez que pessoas e organizações de reconhecida atuação com programas de voluntariado, estarão por 3 dias, compartilhando experiências e especialmente, somando novos esforços para reconhecer que o voluntariado é sem duvida um “movimento” irreversível”.

Milhares de voluntários estão fazendo muito. Porém, é necessário que muitos mais venham participar, pois as necessidades são muitas. A decisão ética, cidadã e humanitária de participação tem impacto decisivo na vida do outro, na vida das comunidades”, ressalta Maria Elena Johannpeter, membro da Rede Brasil Voluntário e Presidente da Parceiros Voluntários.

O mais esperado evento internacional de voluntariado no Brasil, a Conferência Internacional do Voluntariado 2001 + 10 = 2011: A Década do Voluntariado (http://www.conferencia.redebrasilvoluntario.org.br/inscricoes.html) é promovida pela Rede Brasil Voluntário e programa de Voluntários das Nações Unidas em parceria com o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento e ONG Brasil.

E seus patrocinadores são em ordem alfabética: categoria diamante: Banco Bradesco e Instituto C&A, categoria ouro – Instituto Itaú Social, Instituto Unibanco e Kraft Foods, apoio Unimed – Central Nacional.

Mais informações:

Conferência Internacional do Voluntariado

Data: 15 a 17 de dezembro de 2010
Local: Centro de Exposições e Convenções Expo Center Norte – São Paulo – Brasil
Inscrições com vagas limitadas. Inscreva-se em (a inserir link)
Outras informações: www.conferencia.redebrasilvoluntario.org.br

Sobre o Ano Internacional do Voluntariado

A Assembleia Geral da ONU proclamou 2001 como o Ano Internacional dos Voluntários em reconhecimento à valiosa contribuição e potencial adicional do voluntariado para o desenvolvimento econômico e social. O voluntariado também é reconhecido pelas Nações Unidas pelo importante papel que desempenha para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Neste contexto, o AIV + 10 é uma oportunidade para celebrar e também avaliar os progressos realizados pelo trabalho voluntário desenvolvido e incentivado pela ONU, segundo seus quatro pilares:

Reconhecimento – Reconhecer o valor do voluntariado para a sociedade em todo o mundo e a conexão entre o voluntariado e os ODM;
Facilitação – Garantir que o número máximo de pessoas da mais variada gama de recursos tenha acesso a oportunidades de voluntariado;
Networking – Promover o intercâmbio de experiências e reforço das parcerias entre diferentes entidades para a promoção e implementação de projetos de voluntariado;
Promoção – A promoção do voluntariado inclusivo, que represente os diversos grupos da sociedade.

Nota aos editores

Sobre a RBV: O desejo comum de contribuir para um impacto mais efetivo do voluntariado na sociedade brasileira levou os centros de voluntariado de Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo a criarem a REDE BRASIL VOLUNTÁRIO (RBV). Foram identificados projetos que poderiam ser executados em conjunto e experiências que poderiam potencializar o impacto das ações, minimizando custos e multiplicando resultados.

Sobre o VNU: O United Nations Volunteers (UNV) programme, conhecido em português como programa dos Voluntários das Nações Unidas (VNU), é o organismo das Nações Unidas que contribui para a paz e o desenvolvimento através dos trabalhos de voluntariado. O voluntariado é um mecanismo poderoso de engajamento das pessoas em busca de soluções para os desafios relacionados ao desenvolvimento. O VNU apóia o desenvolvimento humano sustentável ao redor do mundo através da promoção e mobilização das pessoas. Mais de 7.500 mulheres e homens qualificados, de cerca de 160 nacionalidades diferentes, trabalham anualmente como voluntários do programa. Com sede em Bonn, na Alemanha, o VNU tem atividades em 130 países. O programa é representado mundialmente pelos escritórios do PNUD.

Sobre o PNUD: O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a rede global de desenvolvimento da ONU, presente em mais de 170 países e territórios. Ao lado de governos, iniciativa privada e sociedade civil, o PNUD trabalha para melhorar a vida das pessoas, construindo nações mais preparadas e proporcionando condições que possibilitem o desenvolvimento sustentável de seus povos. O papel do PNUD é o de oferecer uma perspectiva global aliada a uma visão local, ajudando a empoderar vidas e a construir nações mais fortes. Acesse: http://www.pnud.org.br ou http://twitter.com/PNUD

Contato
Programa de Voluntários das Nações Unidas
Fone: (61) 3038-9093 – E-mail: cibelly.pereira@undp.org


Fonte:

http://www.redebrasilvoluntario.org.br/inscricoes-abertas-para-a-conferencia-internacional-do-voluntariado-2011-10-2011-a-decada-do-voluntariado/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Entrevista: Qualificação em Gestão de Projetos (PMI)



DEDICAÇÃO FEZ ISAURA ESPECIALIZAR-SE EM GESTÃO DE PROJETOS

Isaura acreditou em seu potencial e abriu sua própria empresa de consultoria recentemente. De encontro aos novos horizontes profissionais, ela investiu em uma especialização para se aprimorar e desenvolver suas atividades na empresa de forma ainda mais qualificada e obter melhores resultados para seus clientes.

Inovação profissional

A carreira de Isaura Schmidt Morel, 28 anos, passou por uma modificação nos últimos meses. Natural de Porto Alegre, a profissional resolveu apostar em suas habilidades e dedicou-se a criação de sua empresa, a Sustentabilita. No empreendimento ela atua como consultora prestando auxilio a outras companhias realizando ações, projetos sociais e políticas internas, tudo isso visando desenvolver a gestão de responsabilidade social das empresas.

Cientista Social formada pela UFRGS e pós-graduada em Responsabilidade Social pela FIJO-PUCRS, a consultora buscou a SISNEMA para se qualificar em SSGPV4 - Gestão de Projetos (PMI) v4. A iniciativa de realizar o treinamento veio para aperfeiçoar-se: "Fiz esta qualificação visando trabalhar melhor com projetos, especialmente na metodologia de PMI, e assim atender com mais qualidade meus clientes", explicou ela.

A consultora mencionou que há anos trabalha com computadores, e que agora está unindo sua área de atuação com a TI para ser uma profissional ainda mais completa: "Gosto de softwares relacionados à área de projetos. A integração de tudo o que aprendi no curso será essencial para otimizar minhas consultorias", comentou ela.

Novos conhecimentos em Gestão de Projetos

Neste primeiro curso realizado por Isaura na SISNEMA o contato com o centro foi satisfatório: "Gostei muito da SISNEMA, o atendimento é ótimo e percebi o esforço dos funcionários para atender nossos pedidos e deixar mais agradável nossa experiência no centro", elogiou ela.

A metodologia adotada pelo instrutor em aula também agradou a consultora: "O instrutor foi bem acessível, deu muitos exemplos e tem uma desenvoltura para se comunicar muito boa", afirmou ela. Em adicional, ela comentou que o tamanho da turma foi bastante adequado para a aprendizagem, pois a mesma necessita de muitos exercícios, e com um número reduzido de alunos isso aconteceu de modo objetivo.

Além desse recente treinamento, a profissional pretende realizar a qualificação em Project futuramente, pois está relacionada a gerenciamento de projetos, o que ajudaria a ampliar ainda mais seus conhecimentos na área. Certificações oficiais também estão nos seus planos, e ela deseja investir em uma certificação em PMP, uma vez que vê o mercado profissional mais amplo para profissionais que possuem a mesma.

Acompanhe o trabalho da profissional pelas redes sociais:
Twitter: @sustentabilita
Facebook: Sustentabilita; Isaura Morel


Publicação: 25/11/11 SISNEMA


SISNEMA Informática

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bom dia Tecnopuc

Na próxima edição do Bom Dia Tecnopuc, dia 23/11, a Pillaris Desenvolvimento de Pessoas, empresa incubada na Raiar da PUCRS, irá apresentar aos participantes o QAP-5, uma ferramenta exclusiva de avaliação de critérios de alto desempenho no trabalho.

A empresa está oferecendo convites cortesia para a realização de uma simulação on-line do QAP-5. O questionário é composto por 30 questões e leva em torno de cinco minutos para ser respondido. Ao completá-lo, os participantes receberão um relatório sintético individual sobre os cinco critérios em avaliação.

Para participar, basta enviar e-mail para pillaris@pillaris.com.br informando o nome do interessado em responder ao QAP-5.

Os horários disponíveis para essa atividade serão das 8h às 8h30 e das 9h30 às 11h, na sala 206 - prédio 99A.

Para mais informações sobre a Pillaris e sobre a ferramenta QAP-5, acesse o site

www.pillaris.com.br

Informações sobre o Tecnopuc: http://www.pucrs.br/agt/tecnopuc/





Movimento Gota D'Água

Assista o vídeo:



E apóie o movimento!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PF investiga vazamento de petróleo na bacia de Campos - 16/11/2011

O delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, no Rio, abriu inquérito para investigar o crime de poluição sobre o caso de vazamento da plataforma da Chevron na bacia de Campos.

Segundo o delegado Scliar, há divergência entre as informações apresentadas pela empresa à PF e à opinião pública e o que foi constatado em visita ao local feita por dois agentes federais, no dia 15.

"Inicialmente, os relatórios não correspondem à realidade dos fatos. Quero entender o que está ocorrendo".

Veja o vídeo da área do vazamento:

O delegado também entrará em contato com o Consulado dos Estados Unidos já que ele tem informações de que uma autoridade ambiental dos Estados Unidos visitou o local sem que a PF fosse comunicada.

Caso isso se confirme, ele quer saber a opinião desse técnico sobre o caso.

A Chevron informou à PF que 18 embarcações cuidam da limpeza na região. Em sobrevoo realizado no início da tarde do dia 15, os agentes federais encontraram apenas uma embarcação cuidando da limpeza.

CIMENTAÇÃO

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) informou que começou nesta quarta-feira o processo de cimentação do poço. Às 12h30, foi colocado um tampão de cimento, que deve demorar 20 horas para secar, sobre o local.

"As imagens do ROV (veículo de operação remota), cedidas pela Chevron, indicam redução do vazamento em relação ao dia 11/11, quando era estimado pela concessionária em 220 a 330 barris por dia", informou a agência.

Ainda de acordo com a ANP, a mancha de óleo está se se dispersando e se afastando do litoral. "Essa dispersão gera um aumento da superfície de mancha, com menor densidade de óleo. Essa diluição é resultado do trabalho de dispersão mecânica realizada por navios que se encontram no local e por condições climáticas", informou.

A agência também abriu processo administrativo para investigar o incidente e apurar as medidas que poderão ser aplicadas à Chevron.

Reprodução/Google earth
Imagem de satélite mostra a mancha de petróleo na bacia de Campos
Imagem de satélite tirada na sexta-feira mostra a mancha de petróleo na bacia de Campos

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1007490-pf-investiga-vazamento-de-petroleo-na-bacia-de-campos.shtml

O governo da poluição

Heitor Scalambrini Costa*

No mês de setembro houve o anúncio em Pernambuco da construção da maior termelétrica a óleo combustível do mundo, no município do Cabo de Santo Agostinho. Com uma potência instalada de 1.452 MW e um sistema de armazenamento para suprir à termelétrica, com capacidade para armazenar 200.000 toneladas de óleo combustível, foi prometido assim, produzir energia suficiente para atender as necessidades da cidade do Recife, caso necessário. A cada dia de funcionamento esta usina emitirá 24.000 toneladas de CO2 para o meio ambiente e quantidades expressivas de outros gases altamente prejudiciais à saúde humana. Além de ser perigosa, esta fonte energética é cara e aumentará a tarifa para todos os consumidores.

O anúncio de mais uma termelétrica não é fato isolado, pois está se construindo deliberadamente em Pernambuco um pólo de produção de energia elétrica com termelétricas sujas, funcionando a base de combustíveis fósseis, concentradas em Suape (Termope com 520 MW a gás natural, Suape II de 380 MW e Suape III de 1.452 MWh, ambas com óleo combustível). Sem contar com a termelétrica a ser construída pela Petrobrás que servirá a Refinaria Abreu e Lima.

A instalação da Refinaria da Petrobrás para produzir 200.000 barris/dia de óleo diesel e a construção de estaleiros, também são atividades típicas de empreendimentos que poluem em todas as suas formas, porém a mão de obra necessária não é na sua grande maioria, oriunda da comunidade e de seu entorno.

Experiências passadas em outras partes do Brasil e do mundo mostraram como é perigosa para a saúde das pessoas a concentração de indústrias que utilizam combustíveis fósseis. Além de gases que contribuem para o efeito estufa produz óxidos à base de enxofre e de nitrogênio, que são lançados a atmosfera e assim se transformam em ácido sulfúrico e nitrosos, que se precipitam como chuva ácida. Elementos químicos pesados, cancerígenos são produzidos nestas termelétricas, que mesmo com sistemas de filtros ainda causam enormes danos e riscos aos habitantes próximos da usina.

Existem caminhos diferentes para o tão desejado e pretendido progresso, com a criação de empregos e geração de renda, beneficiando mais e mais famílias. Em Pernambuco, patrocinado pelo governo estadual acontece uma deliberada atração de instalações industriais de alto risco, que podem provocar acidentes graves, assim como agressões severas ao meio ambiente e produzir emissões poluentes extremamente venenosas para a saúde pública.

O que se espera de qualquer governo municipal, estadual e federal é a preservação do meio ambiente e da saúde daqueles moradores próximos a estes empreendimentos de alto risco. Todavia, o que se verifica é uma irresponsabilidade com o futuro. O modelo de desenvolvimento adotado em Pernambuco tem conceitos e paradigmas do século passado, ultrapassados em relação à realidade e as exigências do século XXI. O desenvolvimento tem que ser parceiro da preservação ambiental e trazer conseqüências positivas na geração de empregos e renda, saúde, habitação, saneamento, educação, lazer, cultura. Não basta somente o discurso do desenvolvimento sustentável, é preciso agir como tal.

A poluição causa danos reais e mensuráveis à saúde humana. As autoridades precisam levar esses danos em conta. Não podem esquecer que existem empregos que causam mortes e devem ser evitados. Existem estudos atuais que possibilitam estimar monetariamente os danos ambientais infligidos por diversos setores da economia. Recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale e do Middlebury College mostram que há diversos setores que infligem danos ambientais maiores que a soma dos salários que pagam e dos lucros que realizam. Portanto, não criam valor econômico e sim, destroem. Também neste estudo verificou-se que indústrias do setor de energia são as que mais destroem valor. Poluir mais como propõe o governo de Pernambuco, não vai resolver as questões de emprego, só torna a população mais pobre e doente.

* Heitor Scalambrini Costa é professor Associado da Univ. Fed. de Pernambuco. Graduado em Física pela UNICAMP. Doutor em Energética na Univ. de Marselha/Comissariado de Energia Atômica-França

(Adital)

Fonte:

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Plano de consumo sustentável sai do forno

Pedal_Power_Pete via Flickr

Pedal_Power_Pete via Flickr

A constituição de pactos setoriais voluntários entre governo, setor privado e sociedade será o principal destaque do Plano de Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), com lançamento marcado para os próximos dias 23 e 24 de novembro, durante a reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nos dias 23 e 24 de novembro.

O primeiro ciclo do plano interministerial, de 2012 a 2014, será financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que entrará com R$ 3,5 milhões, e pelo Plano Plurianual (PPA), que reservou R$ 1 milhão para o PPCS. Seguindo exemplos de iniciativas voluntárias em curso no país e dos grupos de trabalho da logística reversa no Ministério do Meio Ambiente (MMA), que o coordenará, o PPCS prevê a criação e fortalecimento de pactos setoriais nas áreas do varejo e da construção civil. Segundo Fernanda Daltro, gerente de produção e consumo sustentáveis do MMA, os pactos estabelecerão metas para a ampliação do uso de produtos mais sustentáveis nas cadeias de negócios.

Para o primeiro ciclo do PPCS, haverá seis prioridades: aumento da taxa de reciclagem;
educação para o consumo sustentável; fortalecimento da agenda ambiental na administração pública; compras públicas sustentáveis; construções sustentáveis; e varejo e consumo sustentáveis. No plano normativo, o plano contemplará, explica Daltro, a assinatura de um decreto presidencial sobre compras públicas sustentáveis na administração federal para conferir maior solidez à política lançada por uma instrução normativa do Ministério do Planejamento em janeiro de 2011.

Luciana Betiol, coordenadora do programa de consumo sustentável do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (Gvces), adverte que o governo federal precisa criar instrumentos efetivos para que o PPCS provoque uma mudança mais significativa nos padrões de consumo. Entre outros instumentos, Betiol sublinha os incentivos fiscais para a venda de produtos mais sustentáveis. Isenções parciais ou totais de impostos evitam perda de competitividade para produtos que utilizem componentes recicláveis ou renováveis.

Com a finalidade de ampliar o debate no Brasil sobre consumo consciente, o MMA decidiu transformar o Dia Nacional do Consumidor Consciente, comemorado no dia 15 de outubro, em Mês do Consumo Sustentável, que será celebrado anualmente em outubro. Este ano, o “mês” servirá para preparar o público para o anúncio do PPCS em novembro.


Fonte:

http://pagina22.com.br/index.php/2011/10/plano-de-consumo-sustentavel-sai-do-forno/

Pequenos poderes

No topo da pirâmide empresarial, não parece tão difícil ganhar adesão para a chamada economia verde. O problema, agora, é convencer os outros 99%. A boa notícia é que começa a pipocar uma série de movimentos nesse sentido

pipocas500

É inevitável que, ao ouvir falar dos esforços que empresas de porte global como uma Nike ou uma Wal-Mart estão levando a cabo para tornar suas operações mais sustentáveis, o pessoal que há anos tem batalhado por um mundo melhor e mais equilibrado sinta um alívio danado no peito. (Leia mais sobre a conversão da Nike na entrevista “A grande virada)

Chegar a esse ponto em que os vilões do passado começam a fazer publicamente o mea-culpa e a rever suas maneiras de atuar foi meio como escalar o Everest – um esforço extenuante e que parecia não ter mais fim. O problema de chegar ao topo da montanha é que ainda falta encarar a descida e – como qualquer bom montanhista sabe – é justamente essa a parte mais perigosa. No caso em questão, convencer e engajar o 1% que está no zênite do empresariado global provavelmente vai parecer uma barbada quando comparada ao desafio de envolver as incontáveis hordas de micros, pequenos e médios empresários nos outros andares da pirâmide produtiva.

Para se ter uma ideia mais exata do tamanho da encrenca, convém refrescar a memória. Publicada na edição de número 24 de Página22 – há menos de três anos, portanto –, a reportagem “Para fora da bolha” abriu justamente contando o causo do cacique Paulo Cipassé Xavante, que, depois de passar três dias inteiros escutando um bando de especialistas esmiuçar os riscos do aquecimento global e as entranhas do mercado de carbono em um seminário voltado para pequenos agricultores de Mato Grosso, levantou e perguntou o que exatamente era o tal do carbono com o qual aqueles brancos estavam tão preocupados.

Para os padrões urbanos, a dúvida do cacique é inconcebível, mas desnuda o tamanho do abismo sobre o qual será preciso saltar. Não que tenhamos de dar aulas de ciências básicas para todos. Mas, quanto antes perdermos a ilusão de que estamos todos na mesma página, tanto melhor!

GIGANTES EM NÚMEROS

Há nada menos que 5,8 milhões de micros, pequenas e médias empresas (MPME) espalhadas pelo Brasil, segundo o levantamento do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2009, publicado no ano passado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – enquanto as grandes não somam 18 mil (O documento completo pode ser baixado no site dieese.org.br). E esses dados só contam as empresas formais. Há um número bem maior de micros, pequenas e médias escondidas sob a linha d’água da informalidade.

Juntas, empregam mais 17 milhões de brasileiros – 60% da força de trabalho do País – e respondem por um terço do PIB. Em outras palavras, se for mesmo para a tal economia verde que vai ser debatida na Rio+20 sair do papel, então, será preciso dar um jeito para que essa turma toda passe a levar a sustentabilidade em conta na hora de fechar negócio.

Logo de saída, é preciso ter em mente que esse grupo corta um dobrado só para ficar de portas abertas. Dados do Sebrae apontam que 31% das empresas naufragam no primeiro ano e 60% delas não chegam a completar o quinto aniversário. Não é de estranhar, portanto, que os empreendedores desconfiem de qualquer coisa que não ajude no caixa.

Superar essa reticência é um primeiro passo. “O empresariado pequeno e médio vive uma situação bastante difícil e ainda não despertou para a importância da sustentabilidade. A sobrevivência vem antes”, relata Milton Luiz de Melo Santos, que ocupa a direção da Nossa Caixa Desenvolvimento.

[1] A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento foi criada em março de 2009 pelo governo do estado de São Paulo para estimular as pequenas e médias empresas paulistas com oferta de crédito em condições mais favoráveis. Apesar do nome, a agência não tem nenhuma relação com o banco comprado pelo Banco do Brasil em 2008

Não é que sejam ambientalmente insensíveis. “O empresariado não é diferente da sociedade. Se a sociedade reflete a temática ambiental, ele também”, pondera a empresária Eliana Pinheiro Belfort Mattos, atual diretora do Comitê de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Atuando na área desde 1984, ela sabe que os empresários vivem em um mundo que parece um exercício ininterrupto e hipertrofiado do dilema do prisioneiro [2], que os obriga a serem pragmáticos e zelosos de sua competitividade. “Se ele tiver um resultado melhor ou se seus competidores estiverem adotando práticas sustentáveis, então ele também vai adotá-las”, diz.

[2] O dilema do prisioneiro é um cenário clássico da Teoria dos Jogos, na qual um jogador pode ganhar se escolher trair os demais jogadores, mas todos os jogadores podem ganhar ainda mais caso colaborarem entre si. O problema é que as decisões de cada jogador devem ser tomadas sem saber das escolhas dos demais

QUEBRANDO A INÉRCIA

pipocas_300É uma postura que cria uma armadilha do tipo “ovo e galinha” difícil de quebrar. “Há uma relutância grande de ser o primeiro, porque a sustentabilidade exige investimentos que não dão retorno imediato”, avalia o engenheiro britânico e consultor da Gestão Origami, Richard Wightwick. Mesmo reconhecendo que o empresariado é formado por gente disposta a correr riscos e em que “sempre aparece alguém esticando o pescoço para chegar na frente”, Wightwick acha que falta aos pequenos musculatura o suficiente para lançar tendências de mercado, e isso os inibe de tentar.

Após 30 anos de experiência na diretoria de bancos internacionais, Wightwick fartou-se do mundo das finanças. Apaixonado pelo tema da sustentabilidade, ele resolveu reorientar sua carreira e, durante o processo, acabou aceito em um programa de pós-graduação da renomada Universidade de Cambridge, onde pesquisou como as MPME têm se relacionado com as questões da responsabilidade social empresarial (RSE) e ambiental.

Wightwick tem dúvidas de que elas estejam aptas a liderar a transição em direção a práticas mais verdes. “Os pequenos não conseguem influir sobre as tendências do mercado. Nesse sentido, acho que sempre serão seguidores”, opina.

A gerente de sustentabilidade do Citibank no Brasil, Daniela Stucchi, aponta em direção parecida. Para ela, o cerne dessa questão está nas grandes empresas, porque são estas que detêm o poder de compra. “São os grandes compradores – como as corporações e os governos – que determinam o que será produzido e como”, afirma.

Pode ser que o empurrão que faltava para tirar as MPME do repouso esteja a caminho. Como a direção da Zara descobriu recentemente, ganha corpo a noção de que as grandes empresas têm responsabilidade sobre suas cadeias produtivas. “Os grandes compradores estão usando sua força financeira para movimentar sua cadeia da mesma forma como o Poder Público vem fazendo ao determinar que só fecha contratos com quem atenda a critérios de sustentabilidade”, explica a coordenadora do Programa de Consumo Sustentável do GVces, Luciana Stocco Betiol. Como prova disso, ela destaca que as empresas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) [4] são incentivadas a desenvolver inovação e soluções juntamente com seus fornecedores. Mario Monzoni, coordenador do GVces, defende esse trabalho em conjunto como uma forma mais justa e equilibrada de operar, uma vez que o poder de barganha das grandes empresas em relação às pequenas é muito assimétrico.

[3] Em agosto passado, a grife de origem espanhola meteu-se em um escândalo quando várias das confecções que fabricam roupas da marca em São Paulo foram flagradas usando trabalho escravo de imigrantes bolivianos

[4] Índice criado pela BM&FBovespa composto exclusivamente de ações de empresas que atendam a determinados critérios de responsabilidade social e ambiental

A adesão de pequenos e médios negócios às novas práticas deve ser facilitada pela norma ISO 14005 brasileira, que permitirá a implementação de sistemas de gestão ambiental por etapas. Haroldo Mattos de Lemos, superintendente do Comitê de Gestão Ambiental da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Lemos é um dos principais nomes no processo para a definição dessa nova norma da International Organization for Standartization (ISO).

As grandes não estão fazendo isso de forma gratuita. No fundo, estão apenas repassando as cobranças que vêm recebendo dos consumidores por meio de sua cadeia produtiva. “Acho que essa é uma tendência irreversível. Só que é difícil dizer se ela está avançando a galope, trote ou se arrastando”, adverte Wightwick.

BASTÃO E CENOURA

É evidente que a mudança não se dará apenas na base da ameaça. A compreensão de que a sustentabilidade é importante está se disseminando rumo à base. “Vejo isso cada vez mais em conferências e congressos. Qualquer que seja o assunto, sempre tem uma palestra sobre sustentabilidade. Existe um enorme interesse sobre como isso afeta as empresas e vai chegar o momento em que isso vai estourar”, diagnostica Wightwick.

A mera expectativa de que a situação esteja chegando ao ponto de inflexão tem feito coisas interessantes acontecerem. Desde março de 2009, a Nossa Caixa Desenvolvimento possui a linha Economia Verde, que oferece crédito mais barato – 0,49% ao mês mais IPC – e prazos espichados para pequenas e médias empresas paulistas com projetos de redução das emissões carbono. A linha ainda não decolou: até o momento, os empréstimos somam só R$ 1,8 milhão. “Essa demanda nos leva a concluir que essas empresas ainda não colocaram a adoção de práticas ambientais como prioridade”, reconhece, contrafeito, Melo Santos, diretor-presidente da agência de fomento.

O problema, segundo Mattos de Lemos, é que os pequenos negócios ainda estão muito apegados ao paradigma dos anos 70, que via apenas custos nos critérios ambientais. “Só bem mais tarde é que se começou a perceber que os processos de produção podem ser modificados para reduzir desperdícios. Hoje você encontra empresas que têm boa gestão ambiental, porque isso as torna mais competitivas”, diz.

“Ainda falta uma sinalização dos benefícios que eles vão ter”, avalia Luciana, do GVces, que vem contribuindo com um projeto de mapeamento sobre o tema para orientar o trabalho do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), fundado em abril passado. “As micros e pequenas terão de se regularizar. Para isso, elas precisarão saber o que é sustentabilidade e como podem atuar. O Sebrae entendeu que teria um papel para cumprir aí”, conta.

O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, explica que a ideia de fundar o CSS surgiu da percepção de que sustentabilidade está se tornando um fator de competitividade. Há dois componentes distintos: os esforços na racionalização do consumo de energia e de insumos, que se traduzem em menores custos de produção, e os clientes cada vez mais exigentes – há quem tope pagar 10% a 20% a mais por produtos ecologicamente corretos. “Os pequenos empresários precisam perceber o potencial desse mercado e que é um bom negócio ser sustentável”, anima-se Santos.

Mas, uma vez vencida essa barreira, Santos confia que as MPME não terão tanta dificuldade para fazer suas transições quanto as grandes tiveram. “Os pequenos negócios são flexíveis e transitam para novos modelos com bastante velocidade”, aponta. Luciana Betiol concorda com o prognóstico. “Elas não precisam mover grandes estruturas. Então, desde que tenham acesso adequado à informação, as micros e pequenas têm uma velocidade de resposta bem melhor”, arremata.

DE OLHO NO GRANDE CLIENTE

pipocasverticaisTem mais gente trabalhando para levar adiante essa noção. Há alguns anos a Fundação Citi – braço social do Citibank – vem colocando recursos em ações no que a superintendente de assuntos corporativos do Citibank no Brasil, Priscilla Cortezze, chama de “empreende- dorismo sustentável”. “Temos programas voltados para startups, para negócios mais estruturados e para geração de renda”, explica.

Até o fim deste ano, uma parceria entre o banco e o GVces lançará um novo programa, chamado Inovação e Sustentabilidade na Cadeia de Valor. A ideia é descobrir pequenas e médias empresas com produtos e serviços inovadores nas áreas ambiental e social e ajudá-las a fechar contratos com grandes corporações. Segundo a gerente de sustentabilidade do Citibank, Daniela Stuc- chi, o resultado será potencializar novos “ecossistemas econômicos com inclusão social e preservação ambien- tal”. “Nosso entendimento é o de que os investimentos devem ir para organizações com o potencial de formar tais ecossistemas”, conta.

Não é a primeira investida do Citibank. Desde 1999, o banco é um dos apoiadores globais do New Ventures, um programa que incentiva novos empreendimentos com DNA verde ajudando-os a refinar planos de negócios e encontrar investidores. Em 2002, o programa ganhou uma versão brasileira que, em nove anos, potencializou seis empresas verdes nacionais.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também tem olhado atentamente para o potencial da sustentabilidade nas MPME. Há anos, a entidade inclui o impacto ambiental e social entre as variáveis que seus técnicos analisam para aprovar financiamentos e, em seu edital de Subvenção Econômica à Inovação de 2009, nada menos de R$ 50 milhões foram para uma legenda chamada “desenvolvimento social”. Para o economista Eduardo Lopes, isso vai bem ao encontro do que a entidade foi criada para fazer – fomentar a inovação. “A economia verde exigirá nada menos que uma revolução tecnológica. E evolução tecnológica é a nossa missão”, diz ele, que hoje ocupa o posto de superintendente substituto da Área de Investimentos da Finep.

O economista garante que não para por aí, e que a Finep tem feito o possível para incentivar a cultura do venture capital no Brasil. “A gente acredita que essa é uma ferramenta muito importante para alavancar empresas inovadoras no Brasil”, completa, lembrando que uma parcela considerável das empresas que os procuram almeja alavancar negócios que, de uma forma ou de outra, produzem impactos socioambientais positivos. “Uma delas está desenvolvendo um processo que aumenta o prazo de conservação de alimentos e outra implantou uma tecnologia que reduz o desperdício de madeira na construção civil”, exemplifica.

[5] modalidade de investimento de alto risco fornecida a empresas de bom potencial, mas que se encontram em estágios bastante preliminares de organização

Apesar de o mercado ainda emitir sinais um tanto contraditórios, parece claro que existe uma janela de oportunidade que pode ser bem aproveitada pelas MPME. Carlos Alberto dos Santos, do Sebrae, não tem dúvidas de que logo a boa vontade dos consumidores para com as empresas responsáveis será substituída pela intolerância para com as irresponsáveis. “Em mais alguns anos, haverá um movimento de ‘punição’ às que não forem ecoeficientes. Quem inovar agora vai embolsar um bom prêmio e também se adiantar a essa mudança”, finaliza. O desafio é conseguir colocar toda a pirâmide na mesma página.

O empreendedorismo social

De uns tempos para cá, uma nova estirpe de empresários tem capturado manchetes e a atenção: os chamados empreendedores sociais. Essa turma, bem servida de pequenos negócios, acredita que as empresas podem fazer muito mais do que gerar lucro.

O conceito foi criado pelo ativista americano Bill Drayton, que, em 1980, fundou a organização Ashoka. Mônica de Roure, diretora da Ashoka no Brasil, explica que criar negócios pode ser uma maneira efetiva de transformar a realidade social, reduzindo a pobreza e empoderando grupos socialmente fragilizados – como mulheres e populações tradicionais. Só que não basta adotar boas práticas sociais para caber na definição. “Em uma empresa tradicional o objetivo é o lucro, enquanto em uma empresa social o resultado é o impacto social positivo”, explica.

É uma diferença sutil, mas que tem consequências de longo alcance sobre o que a empresa produz, como ela trabalha e investe seus resultados. “Não estou dizendo com isso que ter uma empresa tradicional seja maléfico, apenas que as metas são diferentes”, diz Mônica.

Fundada em abril de 2008, a Sementes de Paz entrega gêneros alimentícios orgânicos em casa. Segundo um de seus fundadores, Omar Haddad, o projeto nasceu na forma de uma cooperativa de consumidores para comprar orgânicos a preços mais baixos, direto dos produtores. Mas logo alguns deles perceberam que havia aí uma boa oportunidade de negócio.

“A diferença está no nosso objetivo, que é gerar investimentos para a cadeia de comércio justo e da agricultura responsável. também temos um modelo de governança corporativa diferenciado, porque nossa formação de preços é totalmente transparente”, explica Omar, acrescentando que a maior dificuldade não é trabalhar de forma responsável, mas arcar com todos os custos de se manter formalizado. “Para os pequenos, ser formalizado é muito difícil”, reclama.


Fonte:

http://pagina22.com.br/index.php/2011/11/pequenos-poderes/