terça-feira, 13 de dezembro de 2011

3º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente


GBC Brasil oferece MBA em Construções Sustentáveis no Rio de Janeiro


GBC Brasil oferece MBA em Construções Sustentáveis no Rio de Janeiro
Com a crescente preocupação da construção civil em adotar práticas sustentáveis, o mercado de trabalho aumentou a demanda por profissionais em sintonia com esses valores. A organização não governamental Green Building Council Brasil é responsável por fomentar a indústria de empreendimentos verdes no País e está engajada na educação de profissionais da área.

Por isso, em parceria com o Instituto Brasileiro de Extensão e Cursos (INBEC), o GBC Brasil oferecerá o curso de MBA em Construções Sustentáveis: Certificação Ambiental de Edificações no Rio de Janeiro.  Marcos Casado, gerente técnico da organização, é um dos coordenadores do curso e integra o corpo docente ao lado de outros especialistas com larga experiência no mercado.

Com duração de 22 meses, o curso é voltado para profissionais com graduação e interesse em adquirir habilidades necessárias para avaliar e aperfeiçoar o desempenho energético e a performance sócio-ambiental da construção. 

MBA em Construções Sustentáveis – Certificação Ambiental de Edificações
Data prevista de início: 03/02/2012 (Rio de Janeiro)
Duração: 22 meses (440 horas)
Informações e inscrições: www.inbec.com.br ou (21) 3005-9565/ 2210-1056

Sobre o Green Building Council  Brasil: 
O GBC Brasil é uma organização não governamental criada no Brasil com a missão de desenvolver a indústria da construção sustentável no país, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas de green building em um processo integrado de concepção, construção e operação de edificações e espaços construídos. Site:www.gbcbrasil.org.br

‘‘Devemos erradicar a pobreza e manter nossas florestas em pé’’. Entrevista especial com Pedro Ivo de Souza Batista


“Dependendo do enfoque, os temas propostos na Rio+20 podem ser mais uma cortina de fumaça nas soluções dos problemas de fundo, ocasionados pela crise ambiental planetária”, aponta o integrante da Coordenação da Rede Brasileira de Integração dos Povos – Rebrip.
Confira a entrevista.
“Os temas colocados pela ONU para essa Conferência demonstram um processo de recuo no enfrentamento dos problemas globais da crise ambiental planetária”, dizPedro Ivo de Souza Batista, ao avaliar a agenda de discussões da Rio+20, que acontecerá no próximo ano. Crítico ao tema principal do encontro, ele diz que a discussão central deveria questionar “o modelo de desenvolvimento e nele pensar a economia, as questões sociais, as questões ambientais de forma integrada”. “Em lugar disso, o centro do debate será a economia verde no contexto da erradicação da pobreza e governança mundial, proporcionando um enfoque bastante limitado e com grande risco do debate concentrar-se em saídas para o grande capital”, reitera.
Na avaliação de Batista, a discussão sobre o crescimento econômico não pode ser linear porque cada país deve levar em consideração a sua realidade conjuntural. “Em muitas partes do globo precisamos enfrentar desafios relacionados à pobreza e ao baixo consumo, mas, em outras partes, o desafio é diminuir o consumismo e um estilo de vida insustentável. Por isso o Brasil não pode copiar os modelos de desenvolvimento depredador hegemônico e o mundo não pode copiar o modelo de desenvolvimento dos EUA, do Japão e de certos países da Europa, já que não haveria planeta suficiente para comportar esses modelos”, propõe, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.
Pedro Ivo de Souza Batista também comenta as alterações do novo texto do Código Florestal e enfatiza: “Se a presidente não vetar os principais artigos incluídos pelo Congresso Nacional, os quais prejudicam o país e as nossas florestas, a posição brasileira ficará extremamente fragilizada no debate internacional e a Conferência da ONU se transformará, no mínimo, em Rio ‘menos’ 20”.
Pedro Ivo de Souza Batista é membro da Associação Alternativa Terrazul, integrante da equipe de coordenação da Rede Brasileira de Integração dos Povos – Rebrip e do Grupo Articulador do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Quem integra o Comitê Facilitador da Sociedade Civil – CFSC Rio+20 e a Cúpula dos Povos na Rio+20? Quais são os objetivos desses grupos?
Pedro Ivo de Souza Batista – O Comitê Facilitador da Sociedade Civil – CFSC é um espaço plural de participação dos movimentos sociais e organizações brasileiras. Ele está aberto à adesão de entidades que desejam participar do processo da Conferência Rio+20 e seu objetivo é facilitar, mobilizar e animar a cidadania, construindo posições que tenham a justiça social e ambiental como centro político. O processo da Conferência Rio+20 envolve principalmente dois momentos importantes: a própria Conferência Oficial da ONU e a Conferência da Sociedade Civil denominada Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental.
A Cúpula se realizará entres os dias 15 e 23 de junho, no Rio de Janeiro, e está sendo convocada pelo Comitê Facilitador e por várias organizações internacionais. Ela será um espaço exclusivo da sociedade civil e dos cidadãos e cidadãs que desejam contribuir para que a Rio+20 tenha posições mais próximas dos anseios populares.
O Comitê Facilitador tem um Grupo de Articulação composto por aproximadamente 20 movimentos e redes nacionais que aglutina organizações ambientalistas, indígenas, feministas, ecumênicas, sindicais, de integração regional, de negros, de jovens, de direitos humanos, de economia solidária, entre outros. (Detalhes no sitewww.cupuladospovos.org.br.)
IHU On-Line – Que avaliação faz da agenda de discussões que está sendo proposta para a Rio+20? Temas de interesse dos povos serão tratados na conferência?
Pedro Ivo de Souza Batista – Infelizmente, os temas colocados pela ONU para essa conferência demonstram um processo de recuo no enfrentamento dos problemas globais da crise ambiental planetária. A sensação que tenho é que de conferência em conferência, vai-se diminuindo o alcance da pauta para que as posições sejam cada vez mais distantes dos interesses populares. Seria muito importante discutirmos nessa oportunidade o modelo de produção e consumo e o que se pode fazer para mudar a tendência destrutiva do atual desenvolvimento. Seria fundamental discutir os impasses do último período de negociações dos chamados ciclos sociais e ambientais das conferências da ONU. Seria de igual importância que ONU patrocinasse uma discussão de alto nível para enfrentar a crise climática, a perda de biodiversidade, a falta de justiça socioambiental e direitos humanos, principalmente para as populações mais pobres e vulneráveis.
Em lugar disso, o centro do debate será a economia verde no contexto da erradicação da pobreza e governança mundial, proporcionando um enfoque bastante limitado e com grande risco do debate concentrar-se em saídas para o grande capital. Mesmo com essas limitações, a sociedade civil fará o bom combate e tentará influenciar para que os acordos sejam progressistas. Por isso que a Cúpula dos Povos terá como centro a justiça social e ambiental; afinal, para a maioria das populações do mundo a crise ambiental planetária implica em tirar-lhes direitos e territórios, destruindo ainda mais a natureza. Essa realidade não pode ser omitida em função de uma genérica discussão sobre economia verde.
IHU On-Line – Em que consiste uma reintegração dos povos?
Pedro Ivo de Souza Batista – Na proposta de globalização que os donos do mundo vêm impondo à sociedade, percebe-se que se trata de uma globalização dos mercados com forte tendência à exclusão social. Nesse sentido, organizações e movimentos sociais de todo o mundo se opuseram a esse processo. No bojo desse processo surgiram várias redes e alianças dos movimentos sociais e organizações civis para propor outra forma de globalização que integrasse os povos numa perspectiva mais ampla, buscando não somente a relação econômica, mas também a integração social, cultural, trabalhista, etc.
No Brasil, a Rede Brasileira de Integração dos Povos – Rebrip formou-se com esse objetivo e, em perceria com outras redes semelhantes nas Américas, constitui a Aliança Social Continental. Essas novas organizações foram fundamentais para se contrapor aos modelos globalizantes neoliberais, como a Aliança do Livre Comércio das Américas – Alca, alternativas inclusivas e sob a lógica da sociedade civil. No decorrer do processo, essas redes foram incorporando à defesa por justiça ambiental como um dos elementos dessa luta internacional e estão, cada vez mais, presentes nas lutas socioambientais.
IHU On-Line – Entre os temas centrais da Rio+20, está o debate sobre o desenvolvimento da economia verde como alternativa à pobreza. Quais são hoje os limites de se discutir a economia verde, considerando todos os mecanismos financeiros em relação às questões ambientais? É possível tratar de uma economia verde e desenvolvimento sustentável?
Pedro Ivo de Souza Batista – Como acentuei antes, vejo problemas na discussão de economia verde para erradicação da pobreza. Penso que deveríamos discutir o modelo de desenvolvimento e nele pensar a economia, as questões sociais, as questões ambientais de forma integrada. Da forma como isso está sendo discutido, podemos ter soluções altamente falaciosas. Parte do agronegócio afirma que plantar soja é economia verde. Outros imaginam que plantação de monocultura de eucaliptos é também economia verde; muitos querem discutir mecanismos financeiros dissociados dos direitos das populações e, assim, conquistar mais financiamento para as grandes empresas, excluindo as comunidades que já fazem produção sustentável, gerando, por fim, mais desigualdade e pobreza.
Também o debate da pobreza não é simples, porque ele não pode ser dissociado do modelo de desenvolvimento. Ahidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, é uma das grandes obras que o governo brasileiro impulsiona, utilizando como justificativa a necessidade de o país crescer e erradicar a pobreza. Mas o fato é que devemos erradicar a pobreza e manter nossas florestas em pé. Por isso que deveríamos estar discutindo o modelo global de desenvolvimento, discutindo que o “crescimento” não pode ser linear, pois em muitas partes do globo precisamos enfrentar desafios relacionados à pobreza e ao baixo consumo, mas, em outras partes, o desafio é diminuir o consumismo e um estilo de vida insustentável. Por isso o Brasil não pode copiar os modelos de desenvolvimento depredador hegemônico e o mundo não pode copiar o modelo de desenvolvimento dos EUA, do Japão e de certos países da Europa, já que não haveria planeta suficiente para comportar esses modelos. A discussão é muito mais complexa e precisa de muito mais compromisso e responsabilidade global para reverter a gravidade da situação. O caso do aquecimento global, por exemplo, muitos estão tratando como uma nova oportunidade de ganhar dinheiro. O fato é que a emissão de gases não só não diminuiu, mas também teve crescimento recorde em 2011.
IHU On-Line – Qual a necessidade de aproximar a temática ambiental das discussões
socioeconômicas?
Pedro Ivo de Souza Batista – Não se trata de aproximar, mas sim de integrar esses temas: ecologia e economia. Eles jamais deveriam ser separados. O pensamento dominante assim o fez para melhor reproduzir o sistema e, em certa medida, por desconhecimento das inter-relações entre as duas áreas. Hoje, com os avanços da ciência moderna, não podemos mais ignorar que as soluções para os graves problemas incluem uma nova forma de pensar, um novo paradigma, uma visão sustentável que integre as diversas dimensões, tais como a econômica, social, política, ambiental, cultural, ética e estética.
IHU On-Line – Entre os temas a serem discutidos na Rio+20, qual agenda é mais urgente?
Pedro Ivo de Souza Batista – Dependendo do enfoque, os temas propostos na Rio+20 podem ser mais uma cortina de fumaça nas soluções dos problemas de fundo, ocasionados pela crise ambiental planetária. Mesmo assim, deveríamos nos concentrar em avanços concretos em relação às mudanças climáticas – pela urgência e gravidade do problema – e pensar a discussão da arquitetura global como uma oportunidade. Desse modo, defendo que a Conferência possa aprovar a criação de um órgão mundial para o desenvolvimento, com peso político e recursos necessários para ajudar no enfrentamento dos problemas ambientais globais. Algo que tenha peso na área da sustentabilidade, como a Organização Mundial do Comércio – OMC tem em sua área. Fortalecer o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA não é suficiente, apesar de todas as contribuições desse órgão. A luta para enfrentar a crise ambiental planetária deve ganhar um órgão com força e poder político para dar à agenda da sustentabilidade a centralidade que ela merece.
IHU On-Line – Como vê a posição do Brasil em expandir as hidrelétricas e desconsiderar a consulta prévia aos povos indígenas no caso de Belo Monte, por exemplo?
Pedro Ivo de Souza Batista – O Brasil tem tido, até agora uma posição progressista no debate mundial. O fato de ter conseguido diminuir o desmatamento, ter assumido metas para a diminuição do aquecimento e ter avançado na demarcação das terras indígenas e em unidades de conservação, coloca nosso país na vanguarda da discussão sobre desenvolvimento sustentável. Todavia, nesse último período, vemos uma tentativa enorme de retrocesso na política ambiental brasileira, como fortes indícios do aprofundamento do modelo desenvolvimentista insustentável. Belo Monte se enquadra nessa lógica e, como modelo de hidrelétrica, ela já demonstra ser equivocada; o fato de fazer isso, sem consulta prévia aos povos indígenas, só agrava o problema. Infelizmente o retrocesso não para por aí: estamos vendo a simplificação do licenciamento ambiental para grandes obras, tentativas de barrar novas demarcações em terra indígena e uma diminuuição na criação de Unidades de Conservação.
IHU On-Line – Quais são, em sua avaliação, os principais impasses do novo texto do
Código Florestal?
Pedro Ivo de Souza Batista – Sou de opinião que não era necessário termos um novo Código Florestal. Tenho forte convicção que uma atualização e uma modernização do Código vigente poderiam ser feito no âmbito do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama, ou por iniciativa do Executivo. Na verdade, as mudanças que estão sendo introduzidas foram provocadas não pela ineficiência do Código, mas porque a partir de 2003 ele vem sendo aplicado de forma mais efetiva, tanto que tivemos queda no desmatamento, prisão de infratores e milhões em multas, com desarticulação de quadrilhas que viviam do comércio ilegal de madeira na Amazônia.
Assim, essas mudanças que estão sendo feitas no Congresso Nacional são para beneficiar os infratores e “legalizar” o delito. Elas não vão melhorar a aplicação do Código e não são frutos de um consenso que beneficiará o povo brasileiro e protegerá as florestas, tal como insistem seus relatores, os senadores Jorge Viana e Luís Henrique. As alterações do Código beneficiarão principalmente o seguimento mais atrasado dos produtores brasileiros, que é o agronegócio. Em função disso, serão sacrificados o interesse nacional, as populações que vivem nas e das florestas e a nossa rica biodiversidade, sem falar nas graves consequências para o nosso clima e para o meio ambiente brasileiro.
Apesar de algumas melhorias pontuais incluídas no Senado em relação à Câmara dos Deputados, o Código continua favorecendo os desmatadores, promovendo a anistia, diminuindo áreas de reserva legal e Áreas de Proteção Permanente – APPs, favorecendo novos desmatamentos, além de instituir a farra do camarão em cativeiro, quando transforma a aquicultura em atividade de utilidade pública, entre mais de 39 pontos críticos observados pelo Comitê em Defesa das Florestas (http://www.comiteflorestas.org.br).
Se esse código for sancionado pela presidente Dilma Rousseff na forma como está, teremos um retrocesso histórico e de difícil reversão. Se a presidente não vetar os principais artigos incluídos pelo Congresso Nacional, os quais prejudicam o país e as nossas florestas, a posição brasileira ficará extremamente fragilizada no debate internacional e a Conferência da ONU se transformará, no mínimo, em Rio “menos” 20, em lugar de Rio “mais” 20.
IHU On-Line – Qual sua expectativa em relação à COP-17, que está acontecendo em Durban? É possível esperar um acordo em relação às mudanças climáticas? Os ambientalistas estão bastante desanimados, especialmente em relação à renovação do Protocolo de Kyoto. O que, em sua opinião, tem dificultado acordos concretos em relação a temática ambiental?
Pedro Ivo de Souza Batista – Não sou otimista em relação à COP-17. A tendência é não termos grandes decisões de lá. Mesmo assim, o movimento ambientalista e altermundialista estarão presentes lutando para que possamos ter algo consistente em Durban. O problema maior é a postura de alguns países, principalmente os que são grandes emissores de gases que afetam o clima, que sempre buscam, com raras exceções, bloquear avanços substanciais no processo; por exemplo a adoção de metas. De qualquer forma, os governantes sabem e a ONU também que a Rio+20 será outro “round” para buscar enfrentar, de forma consequente, os problemas socioambientais do planeta. Eles não vão fazer desistir; estaremos presentes dizendo que outro mundo sustentável é possível.

Encontro Técnico discute Fundos Patrimoniais


Executivos de fundações familiares, empresariais e fundos independentes, além de professores e pesquisadores interessados em discutir a sustentabilidade das organizações sem fins lucrativos, participaram do seminário Como criar e gerir Fundos Patrimoniais, organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o patrocínio da Fundação Ford e apoio da FGV, Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) e do Fundo Vale. O encontro foi realizado em 28 de novembro, na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

O diretor presidente do IDIS, m Marcos Kisil, abriu o encontro falando sobre a importância desse tipo de fundo. “A cultura de criar um fundo patrimonial, ou endowment, não permeia o histórico das organizações do Brasil. Mas essa é uma maneira de perpetuar a riqueza que foi acumulada em um determinado momento e permitir que se projete o futuro sem o risco de abalos pontuais. A crise global econômico e financeira pode ser tomada como exemplo.

Nesse contexto, o fundo é um instrumento que permite a continuidade dos trabalhos das organizações independentemente de crise. Em outras palavras, o fundo funciona como um mecanismo de proteção que permite a continuidade de seu trabalho.”

Já o secretário-geral do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), Fernando Rossetti, lembrou que a melhora da economia brasileira significou, paradoxalmente, a diminuição do apoio de organizações internacionais financiadoras em nosso país. “O Brasil vive um momento econômico favorável e os recursos internacionais têm deixado o País. Daí a importância de se criar um fundo patrimonial como forma de garantir a sustentabilidade econômica das organizações”, afirmou.
No encontro, foram apresentados os casos de gestão de fundos de três organizações da sociedade civil: o Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, o Fundo Brasil de Direitos Humanos e o Fundo Zona Leste Sustentável.

Casos apresentados - A diretora de operações do Fundo Vale, Mirela Sandrini, explicou que a organização ainda não trabalha com endowment e sim com um operacional, aprovado ano a ano. “Por enquanto, fazemos a gestão dos projetos com os recursos repassados pela Vale. A capacidade de gestão, neste caso, é o melhor atrativo para captarmos mais recursos e investirmos ainda mais nos projetos mantido pelo Fundo Vale.”

A coordenadora executiva do Fundo Brasil de Direitos Humanos, Ana Valéria Araújo, relatou como é feita a gestão do endowment da organização. “Iniciamos o fundo com o recebimento de uma doação de US$ 3 milhões de dólares, na época cerca de R$ 6 milhões de reais.
Usamos apenas parte dos rendimentos, reinvestindo a parcela dos rendimentos não utilizados - como recomendado pelo Conselho Curador e uma assessoria financeira profissional que contratamos”, disse.
Segundo ela, o desafio da organização é captar novos recursos para fazer crescer o fundo patrimonial. “É importante criar estratégias de obtenção de recursos públicos e de entidades privadas, dentro e fora do Brasil, para viablizar mais projetos, manter os custos operacionais e aumentar o valor do nosso endowment”, afirmou Ana. Após cinco anos, o Fundo Patrimonial cresceu e atingiu a marca de R$ 8,8 milhões de reais, garantindo, com seus rendimentos, cerca de um terço das despesas operacionais da organização.

Já o Fundo Zona Leste Sustentável, iniciativa que capta recursos junto a empresas e indíviduos, trabalha com dois comitês para garantir a gestão de seu endowment. O consultor Gabriel Ligabue  explicou como: “O Comitê Financeiro responde pela gestão do fundo, de forma a garantir a sua perpetuidade. O Comitê Programático define as regras e coordena o processos, como a seleção das iniciativas,  promover o programa de captação e instituir fundos complementares.”
 
Mobilização de Recursos - O coordenador do convênio The Resource Alliance e IDIS, Rodrigo Alvarez ,coordenou a mesa de trabalho Mobilização de Recursos para Fundos Patrimoniais no Brasil, ao lado do consultor e presidente da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), Marcelo Estraviz.

Alvarez destacou os três fatores que fazem a diferença para uma organização captar recursos privados. “Em primeiro lugar, vem a sua credibilidade. Depois, a qualidade técnica do projeto apresentado para captar apoio. Finalmente, a sinergia entre o projeto e o foco de atuação da organização com a linha de investimento social privado da empresa, ou organização filantrópica financiadora”. Em seguida traçou um comparativo com a realidade de mobilização de recursos para Fundos Patrimoniais na Europa e EUA, onde indivíduos são responsáveis pela grande maioria das doações para esses fundos, deixando heranças e legados que garantem a perpetuidade das causas. “Ainda temos muito a avançar em termos legais e culturais”, afirma Alvarez.

Já Marcelo Estraviz ressaltou a importância de as organizações investirem em canais de diálogo com doadores individuais. “No Brasil, hoje é a classe média emergente, a classe C, que mais doa. A internet e a captação de recursos por telefone têm se mostrado eficazes como forma de angariar o apoio desse perfil de doador.” 

Gestão de Fundos Patrimoniais - Paula Fabiani, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, coordenou a mesa de trabalho Gestão de Fundos Patrimoniais no Brasil. “Uma das questões importantes na gestão é respeitar o spending rate, o percentual do fundo que pode ser utilizado para apoiar despesas da organização. A média é de 5% do total do endowment”, disse Paula.

Uma das ações resultantes do encontro técnico é a produção de um livro sobre criação e gestão de fundos patrimoniais, pelo IDIS e a FGV, cujo lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2012.

As informações são do IDIS.

Inscreva-se para o Eco-Challenge 2012


A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Young Americas Business Trust (YABT) convidam a todos os jovens entre 13 e 36 anos que queiram criar e reforçar a sua ideia de negócio ou projeto social a participar da Competição de Talento e Inovação das Américas, TIC Américas 2012. O concurso oferecerá oito prêmios no valor de cinco mil dólares durante a Final do TIC Américas, o qual acontecerá em Cartagena, Colômbia, em abril de 2012.
TIC Américas 2012 premiará projetos em duas categorias:
 
• Prêmios Talento e Inovação: projetos sociais ou de negócio que demonstrem talento e capacidade de inovação de jovens empreendedores.

• Prêmios Eco-Challenge: projeto social ou de negócio que ofereça uma solução viável e inovadora em referência a uma problemática ambiental.

Faça sua inscrição em www.ticamericas.net

Voluntariado como parte integral do desenvolvimento


O primeiro Relatório sobre o Estado do Voluntariado no Mundo (SWVR - State of the World's Volunteerism Report, na sigla em inglês), lançado no último dia 05, cita uma necessidade de tornar as ações voluntárias parte integral do novo consenso de desenvolvimento.
O documento foi apresentado oficialmente durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e em diversos países, coincidindo com o Dia Internacional dos Voluntários e o encerramento do 10º Aniversário do Ano Internacional dos Voluntários (AIV+10).
Seguindo as recomendações dos Estados Membros das Nações Unidas em sua análise de progresso de 2010 rumo aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) até 2015, o SWVR aponta que o voluntariado é um modo eficaz de implantar estratégias conduzidas pela comunidade.
Embora seja claro que são necessários maiores esforços para alcançar os ODM, há um reconhecimento cada vez maior de que o atual paradigma de desenvolvimento, baseado no desenvolvimento econômico e no acesso aos serviços, encontra-se drasticamente limitado. A dimensão do bem-estar, com foco na satisfação das pessoas, precisa de mais atenção.

A preocupação está aumentando em relação à eficácia da cooperação para o desenvolvimento. Faz-se necessário uma mudança de foco dos processos e coordenação de projetos para os resultados dos estágios finais e impactos desses processos. O relatório ressalta que é necessário compreender o papel e as contribuições do voluntariado para incorporar esse recurso vital na agenda do desenvolvimento.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Como combater pedofilia

Promotor que lidera campanha nacional diz que às vezes vítima é tratada como ré e a ferida fica maior

A profissionais, Casé destacou necessidade de mais investimentos<br /><b>Crédito: </b> tarsila pereira
A profissionais, Casé destacou necessidade de mais investimentos
Crédito: tarsila pereira

Um dos agentes de combate à pedofilia mais atuantes do país, o promotor de Justiça Carlos José e Silva Fortes, de Minas Gerais, esteve ontem na Capital para trazer a experiência no tema e conversar com profissionais que integram a rede de combate a esse tipo de crime que macula a vida de crianças e adolescentes, muitas vezes silenciosamente.

Casé, como é conhecido, criticou a falta de efetividade das leis. "Não são cumpridas a contento por falta de estrutura. O Estatuto da Criança e do Adolescente é um grande exemplo disso. É como se tivesse uma receita muito boa e não houvesse ingredientes para realizá-la", citou. Ele acredita que não existem hoje investimentos especiais necessários às varas e às promotorias da Infância e da Juventude. Há casos ainda em que a vítima é tratada como ré, por falta de preparo no atendimento, disse o promotor mineiro. "A rede precisa de gente preparada para ouvir essas vítimas de forma adequada. Se você ouve uma pessoa que foi estuprada, dependendo de como for feito, será uma revitimização. É abrir, às vezes de forma mais forte, uma ferida."

Casé coordena a campanha nacional "Todos contra a pedofilia" e também é membro do Grupo de Apoio Técnico da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado - CPI Permanente da Pedofilia. "Quem sofre abuso sexual é vítima. Merece ser tratada como pessoa que sofreu e quem cometeu isso tem que ser tratado como criminoso que é", frisou Casé. O evento foi promovido pelo Instituto Visão Social e teve ainda apresentação de dança do grupo Canta Brasil, de Canoas, que trabalha o desenvolvimento humano de crianças e jovens por meio da dança e da música.


Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=71&Caderno=0&Noticia=369486


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Eletrosul oficializa início das obras do Complexo Eólico Livramento

Empreendimentos foram viabilizados no último Leilão de Energia Nova, realizado em agosto deste ano

LUIS MORAIS

Parque eólico na foz do Rio Jaguaribe

O parque eólico em Sant’Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, terá capacidade instalada de 78 megawatts (MW)

São Paulo - A Eletrosul Centrais Elétricas S.A., subsidiária da Eletrobras, oficializa, nesta sexta-feira (09), o início das obras de mais cinco parques eólicos, em Sant’Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai. O diretor de Engenharia e Operação da estatal, Ronaldo dos Santos Custódio, assinará a ordem de serviço, que permitirá ao consórcio construtor começar os trabalhos de infraestrutura da área com a abertura das vias de acesso aos locais onde serão instalados o canteiro de obras e os aerogeradores.

O Complexo Eólico Livramento será construído em parceria entre Eletrosul (49%), Fundo Rio Bravo Investimentos – FIP (41%) e Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social - Elos (10%). O consórcio construtor é formado pelas empresas Impsa (fabricante argentino de aerogeradores), Efacec (grupo português especializado em equipamentos eletromecânicos) e Iccila (empreiteira de construção civil da região).

Os empreendimentos – com capacidade instalada de 78 megawatts (MW) – foram viabilizados no último Leilão de Energia Nova (A-3), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado em agosto deste ano. Os parques Cerro Chato IV (10 MW), V (12 MW) e VI (24 MW), Ibirapuitã (24 MW) e Cerro dos Trindade (8 MW) serão erguidos em áreas vizinhas a outros três parques, que compõem o Complexo Eólico Cerro Chato, cuja implantação já está em fase final.

De acordo com Custódio, o início das obras do Complexo Eólico Livramento será imediato. As frentes de trabalho atuarão, primeiramente, nos parques Cerro Chato IV e Cerro dos Trindade para os quais o órgão ambiental competente já emitiu as licenças de instalação (LIs). “A mobilização das obras, agora, é uma tentativa de antecipar em um ano o início da operação comercial do complexo”, revelou o executivo, lembrando que o prazo estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é até 1º de março de 2014.

Será necessária a abertura de 25 quilômetros de estradas, complementares aos 57 quilômetros já abertos para a construção do Complexo Eólico Cerro Chato. Em razão das dimensões dos módulos e equipamentos dos aerogeradores, as vias de acesso são imprescindíveis.

Pelo cronograma, a previsão é de que as escavações das fundações, construção das bases do aerogeradores e posterior montagem das torres sejam iniciadas em meados de 2012.

Cerro Chato

O Complexo Eólico Livramento reforçará o sistema de geração que já está em operação parcial e deverá ser concluído nas próximas semanas. As primeiras unidades geradoras do Complexo Eólico Cerro Chato, que tem capacidade total 90 MW, começaram a operar comercialmente, em junho último. Atualmente, 43 dos 45 equipamentos estão montados, 28 em operação comercial e outros cinco em teste.


Fonte:

http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/eletrosul-oficializa-inicio-das-obras-do-complexo-eolico-livramento?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter