segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Equador. US$ 116 milhões para não explorar o petróleo

Uma aliança entre autoridades locais europeias, governos, estrelas de Holywood, lojas japonesas, companhias de refrigerantes e fundações russas fincou o pé para impedir companhias petrolíferas de extraírem 900 milhões de barris de óleo cru de um dos lugares mais ricos em flora e fauna do planeta.

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa levantou, de imediato, US$ 116 milhões. É o suficiente para interromper a exploração de 1.870 quilômetros quadrados de Floresta Amazônica no Parque Nacional Yasuni, no Equador.

A notícia é do jornal Zero Hora, 16-01-2012.

Casa de tribos indígenas ainda sem contato com a civilização, o parque teria mais mamíferos, pássaros, anfíbios e espécies de plantas do que em qualquer outro ponto da Terra.

O desenvolvimento do campo de exploração de petróleo, que deveria entrar em operação imediatamente após a chegada do dinheiro que acabou não vindo, teria inevitavelmente levado a uma devastação ecológica. Liberaria mais de 400 milhões de toneladas de CO2. O Equador concordou em suspender os planos para o campo se, após um período de 13 anos, puder aumentar em 50% os US$ 7,6 bilhões de lucros perdidos por não retirar o óleo.

Enquanto os grupos mundiais de conservação não prometeram nada, governos regionais na França e na Bélgica ofereceram milhões de dólares – com US$ 2 milhões apenas da região belga da Valônia. Uma banqueira de Nova York doou seu salário anual e Bo Derek, Leonardo DiCaprio e Al Gore também contribuíram.

A ideia de pedir às pessoas para pagar para algo não acontecer foi largamente rejeitada pelo tesouros nacionais. O ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel, disse que o princípio de pagar para o petróleo não ser explorado “poderia ser um precedente com consequências imprevisíveis”. No entanto, a Alemanha contribuiu com US$ 48 milhões.

O ex-primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi amplamente criticado depois de perdoar US$ 51 milhões dos US$ 10 bilhões devidos pelo Equador à Itália. Foi sua contribuição. Outros governos a cooperar foram Chile, Colômbia, Geórgia, Turquia, Peru, Austrália e Espanha.

Apoiadores argumentam que o esquema poderia ser um modelo de mudança no modo como o mundo paga para proteger locais estratégicos. O dinheiro arrecadado está garantido para ser usado apenas na proteção à natureza e em projetos de energia renovável.

A riqueza biológica de Yasuni deslumbrou cientistas. Um setor de 600 hectares tem 47 espécies de anfíbios e répteis, 550 de pássaros e 200 de mamíferos, em quantidade maior do que em qualquer local do hemisfério ocidental.


Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505779-us-116-milhoes-paranaoexplorar

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